20 DE JANEIRO - APARIÇÃO DE NOSSA SENHORA DAS
GRAÇAS A ALPHONSE RATISBONE - A GRANDIOSA CONVERSÃO DO ATEU E JUDEU
Afonso Ratisbonne
era um jovem judeu, de uma família de banqueiros estabelecidos em Estrasburgo,
com grande projeção social pelas riquezas e pelo parentesco com os famosos
Rothschild.
O irmão mais velho
de Afonso, Teodoro, em 1827 converteu-se ao catolicismo e ordenou-se sacerdote,
rompendo, em conseqüência, com a família. As esperanças desta se concentraram
então no jovem Afonso, nascido em 1814.
Este, inteligente e
bem educado, já havia concluído o curso de Direito e estava noivo de uma jovem
judia. Tinha 27 anos e, antes de casar, quis fazer uma viagem de férias pela
Itália e pelo Oriente. Quando retornasse, casaria e assumiria seu posto na
próspera empresa bancária da família.
A ação da graça...
Deus, porém, o
esperava na Itália, mais precisamente em Roma.
Afonso era judeu de
religião, embora não praticante. Nutria pela Igreja Católica entranhado ódio,
sobretudo pelo ressentimento que toda sua família conservava pela conversão do
primogênito. Afonso dizia que não pretendia mudar de religião, mas que se um dia
viesse a mudar, far-se-ia protestante, jamais católico.
Na Cidade Eterna,
Ratisbonne esteve algum tempo como turista, visitando obras de arte; visitou
também, por mera curiosidade cultural, algumas igrejas católicas, o que ainda
mais o consolidou no seu anticatolicismo.
Visitou ainda um
antigo colega seu, de nome Gustavo de Bussières, com o qual mantinha estreita
amizade. Gustavo era protestante, e diversas vezes tentara, em vão, convencer
Afonso de suas convicções religiosas. Na casa de Gustavo, Afonso foi
apresentado ao irmão deste, Barão Teodoro de Bussières, que havia pouco tempo
se convertera ao catolicismo, e que era amigo íntimo do Padre Teodoro
Ratisbonne. Essas duas circunstâncias o tornavam extremamente antipático aos
olhos de Afonso.
"Ela não me disse nada, mas eu compreendi tudo"
|
... por meio de uma milagrosa medalha
Só na véspera de
sua partida, este se resolveu a cumprir um dever social que lhe era penoso: foi
deixar um cartão de visitas na casa do Barão, como despedida.
Desejando evitar um
encontro, Afonso pretendia deixar discretamente o cartão e partir sem mais. O
criado italiano do Barão, porém, não entendeu seu francês e o fez entrar no
salão, indo chamar o dono da casa.
Este foi
cumprimentar o jovem judeu, e logo com ele estabeleceu relações cordiais,
procurando atraí-lo para a Fé católica. Conseguiu, não sem insistência, que
Afonso adiasse sua partida de Roma para poder assistir a uma cerimônia na
Basílica de São Pedro. Conseguiu também, por meio de uma insistência que
dir-se-ia indiscreta, se não fosse notoriamente inspirada pela graça, que
Ratisbonne aceitasse uma Medalha Milagrosa e prometesse copiar uma oração muito
bonita a Nossa Senhora: o Lembrai-Vos.
O judeu não cabia
em si de raiva, pelo atrevimento do Barão em lhe fazer essas propostas, mas
resolveu tomar tudo com bonomia, esperando, como mais tarde declarou, escrever
um livro com seu relato de viagem; nesse livro, o Barão seria um personagem
excêntrico, e nada mais.
A 18 de janeiro,
faleceu em Roma um amigo íntimo do Barão de Bussières, o Conde de La Ferronays,
antigo embaixador da França junto à Santa Sé e homem de grande virtude e
piedade. Na véspera de sua morte repentina, La Ferronays conversara com
Bussières sobre Ratisbonne e rezara cem vezes a oração Lembrai-Vos,
por sua conversão, a pedido de Bussières. É possível que tenha chegado a
oferecer sua vida a Deus pela conversão do jovem banqueiro.
Em seu batismo, Afonso Ratisbonne recebeu o nome de Afonso Maria
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Entrou na Igreja como judeu e saiu católico
No dia 20, por
volta do meio-dia, o Barão de Bussières foi à Igreja de Sant'Andrea delle
Fratte para tratar das solenes exéquias do falecido, que seriam realizadas no
dia seguinte. Acompanhava-o Ratisbonne de mau humor, fazendo críticas violentas
contra a Igreja e zombando das coisas católicas. Quando chegaram à igreja, o
Barão pediu licença por alguns minutos e entrou na sacristia, para tratar do
assunto que o levara até ali, e Afonso se pôs a percorrer uma das naves
laterais, impedido que estava de passar para o outro lado da igreja, pelos
preparativos em curso para as exéquias do Conde na nave central.
Quando, minutos
depois, o Barão retornou em busca de Afonso, não o encontrou onde o havia
deixado. Após muito procurar, foi dar com ele no outro lado da igreja,
ajoelhado junto a um altar e soluçando. Ali já não estava um judeu, mas um
convertido que ardentemente desejava o Batismo.
O que se passou
nesses minutos, o próprio Ratisbonne narrou: "Eu estava havia pouco na
igreja, quando, de repente, senti-me dominado por uma inquietação inexplicável.
Levantei os olhos; todo o edifício havia desaparecido à minha vista; uma só
capela tinha, por assim dizer, concentrado toda a luz, e no meio desse
esplendor apareceu, de pé sobre o altar, grandiosa, brilhante, cheia de
majestade e de doçura, a Virgem Maria, tal como está na minha Medalha; uma
força irresistível atraiu-me para Ela. A Virgem fez-me sinal com a mão para que
eu me ajoelhasse, e pareceu-me dizer: muito bem! Ela não me disse nada, mas eu
compreendi tudo".
Ratisbonne não
soube explicar como, estando antes da aparição numa das naves laterais da
igreja, foi aparecer na outra, já que estava obstruída a passagem pela nave
central. Mas, diante da magnitude do milagre de sua conversão, esse era apenas
um pormenor.
A notícia da
conversão inesperada, fulminante e completa, imediatamente se propagou,
causando grande comoção em toda a Europa.
O Papa Gregório XVI
quis conhecer o jovem convertido e recebeu-o paternalmente. Ordenou um
inquérito minucioso, dentro do maior rigor exigido pelas normas canônicas. A
conclusão foi que realmente se tratou de um autêntico milagre.
Batizado com o nome
de Afonso Maria, Ratisbonne quis entrar na Companhia de Jesus, sendo ordenado
sacerdote em 1847. Depois de algum tempo, por recomendação do Papa Pio IX,
deixou a Companhia de Jesus e foi unir-se a seu irmão Teodoro, com ele fundando
a Congregação dos Missionários de Nossa Senhora de Sion, dedicada à conversão
dos judeus.
O Pe. Teodoro
difundiu sua Congregação pela França e pela Inglaterra. O Pe. Afonso Maria foi
para a Terra Santa, e comprou em Jerusalém um terreno em que outrora estivera o
Pretório de Pilatos, ali estabelecendo uma casa da Congregação. Os dois irmãos
faleceram no ano de 1884, ambos com fama de excepcionais virtudes.
FILME: APARIÇÕES DE NOSSA SENHORA DAS GRAÇAS À
SANTA CATARINA LABOURÉ- MEDALHA MILAGROSA -NOSSA SENHORA DAS GRAÇAS-
RUE-DU-BAC-PARIS - A CONVERSÃO DE AFONSO RATISBONE.
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