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sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

06 DE JANEIRO - A EPIFANIA DO SENHOR - A ADORAÇÃO DOS REIS MAGOS AO MENINO JESUS

06 DE JANEIRO - DIA DE REIS E DA EPIFANIA DO SENHOR

MEDITAÇÕES DO LIVRO MÍSTICA CIDADE DE DEUS TOMO SEGUNDO AZUL

Quarto Livro - Capitulo 11

CAPITULO 11
OS SANTOS ANJOS ANUNCIAM O NASCIMENTO
DO SALVADOR EM DIVERSAS PARTES. ADORAÇÃO
DOS PASTORES.
O nascimento de Cristo é anunciado ao Limbo
489. Havendo celebrado os corte-sãos do céu, na choupana de Belém, o nas­cimento de seu Deus humanado, nosso Redentor, foram logo enviados alguns de­les a diversas partes, para anunciar a feliznotícia aos que, segundo a divina vontade, estavam preparados para recebê-la.
O príncipe São Miguel dirigiu-se aos santos Pais do limbo e lhes participou que o Unigênito do Pai eterno já nascera feito homem, e se encontrava no mundo, num presépio entre animais, manso e hu­milde como eles haviam profetizado. Fa­lou, em particular, aos santos Joaquim e Ana, conforme lhe ordenara a ditosa Mãe. Deu-lhes a boa-nova de que ela já tinha nos braços o desejado das nações, o pre­nunciado por todos os patriarcas e Profe­tas (1).
Foi o dia de maior consolo e alegria no prolongado exílio daquela grande con­gregação de justos e santos. Reconhecen­do o verdadeiro Homem-Deus por autor da salvação eterna, fizeram novos cânti­cos em seu louvor, dando-lhe culto e ado­ração.
Por intermédio do celeste embaixador, São Joaquim e Sant'Ana pediram à sua santíssima filha Maria que, em nome

1 - Is 7, 14; 1,4; 9, 7; Mk| 5, 2; Jer 23, 6; Ez 34, 10 - 23; Dan 9, 24; Ag 2, 8; At 10, 43; Jo 5, 39

de ambos, reverenciasse ao Menino Deus, bendito fruto de seu virginal seio (Lc 1, 42). Assim o fez imediatamente a grande Rainha do mundo, ouvindo, com grande alegria, tudo o que o Santo Príncipe lhe referiu sobre os Pais do Limbo.

de ambos, reverenciasse ao Menino Deus, bendito fruto de seu virginal seio (Lc 1, 42). Assim o fez imediatamente a grande Rainha do mundo, ouvindo, com grande alegria, tudo o que o Santo Príncipe lhe referiu sobre os Pais do Limbo.
Participação à Santa Isabel e João Batista
490.       Outro anjo dos que guarda­vam e assistiam à divina Mãe, foi enviado à santa Isabel e seu filho João. Ao recebe­rem a notícia do nascimento do Redentor,a prudente matrona e seu filho, ainda que tão pequenino, prostraram-se em terra, adoraram a seu Deus humanado em espí­rito verdade (Jo 4,23).
O menino, já consagrado para seu precursor, foi interiormente renovado com espírito mais inflamado que o de Elias. Estes mistérios produziram aos pró­prios anjos nova admiração e louvor.
São João e sua mãe também pedi­ram à nossa Rainha, por meio dos anjos,que em nome de ambos adorasse seu Filho santíssimo e os oferecesse novamente para seu serviço. A Rainha celeste logo lhes satisfez o pedido.
(Pág. 209)
491.       Santa Isabel enviou pronta mente a Belém, à feliz Mãe do Menino
Deus, um portador com presentes: algum dinheiro, roupas e outras coisas para o abrigo do recém-nascido, de sua pobre Mãe e Esposo. 0 mensageiro foi com a ordem de que só visitasse à sua prima e a José, e trouxesse notícias certas de sua saúde e precisões.
Não teve este homem maior co­nhecimento do mistério. Viu apenas o exterior, mas admirado e tocado por uma força divina voltou interiormente muda­do. Com admirável júbilo, narrou à Santa 1 sabei a pobreza e amabilídade de sua pri­ma, do Menino, de José, e os efeitos que sentiu ao vê-los. Esta sincera relação produziu outros admiráveis no bem dis­posto coração da piedosa matrona. Se não interviesse a vontade divina, ter-lhe-ia sido impossível resistir ao desejo de ir vi­sitar a Virgem Mãe e o Menino Deus re­cém-nascido.
Das coisas que lhes enviou, a Rai­nha ficou com uma parte para acudir a po­breza em que se encontravam, e o mais distribuiu pelos pobres. Não quis privar-se da companhia destes, nos dias em que permaneceu na gruta do nascimento.

Os Reis magos recebem revelação do nascimento de Cristo
492. Outros anjos foram participar as mesmas notícias a Zacarias, a Simeão, à profetisa Ana, e a alguns outros justos e Santos a quem pôde ser confiado o novo mistério de nossa Redenção. Encontrando-os o Senhor dignamente preparados para recebê-lo com louvor e fruto, parecia justo não se lhes ocultar o benefício con­cedido ao gênero humano.
Embora, nem todos os justos da terra conheceram então o mistério, todos sentiram divinas moções na hora em que nasceu o Salvador do mundo. Todos os que se acharam em graça, sentiram inte­riormente novo e sobrenatural júbilo, ape­sar de ignorar a causa.
Estas mutações não se operaram só nos anjos e justos, mas também nas cria­turas insensíveis, pois todas as influências dos planetas se renovaram e melhoraram: o sol apressou muito o seu curso; as estre­las deram maior brilho; e para os Reis magos formou-se naquela noite a milagrosa estrela (Mt 2,2) que os conduziu a Belém.Muitas árvores floresceram e outras de­ram frutos. Alguns templos pagãos desa­baram, ídolos ruíram e os demônios que neles estavam puseram-se em fuga.
Para estes e outros milagres pre­senciados pelo mundo naquele dia, os ho­mens atribuíram diferentes causas, não atinando com a verdade. Só entre os justos houve muitos que, com inspiração divina,suspeitaram e acreditaram que Deus viera ao mundo, ainda que certeza ninguém a teve, a não ser aqueles a quem Ele mesmo revelou.
Entre estes estiveram os três Reis magos, a quem foram enviados outros an­jos dentre os custódios da Rainha. Nos respectivos lugares do Oriente onde se en­contravam, a cada um em particular, reve­laram os anjos por voz interior, que o Redentor da linhagem humana nascera em pobreza e humildade.
Com esta revelação lhes foram in­fundidos novos desejos de o irem procurar e adorar. Em seguida viram a mencionada estrela que os guiou a Belém, como direi adiante.

Revelação aos pastores
493. Entre todos os favorecidos fo­ram muito felizes os pastores (Lc 2,8) da­quela região que, acordados, guardavam seus rebanhos na mesma hora do nasci­mento. Velavam naquele honesto trabalho aceito das mãos de Deus; pobres , hu­mildes e desprezados pelo mundo; justos,simples de coração, eram dos que entre o povo de Israel esperavam e desejavam fer­vorosamente a vinda do Messias, dela fa­lando freqüentemente.
Tinham maior semelhança com o Autor da vida, na medida em que mais dis­tantes se achavam do fausto, vaidade, os­tentação mundana e sua diabólica astúcia. Em suas nobres qualidades re­presentavam o bom Pastor (Jo 10,14) das almas, que vinha reconhecer suas ovelhas e ser por elas reconhecido.
Por se encontrarem em tão boas disposições mereceram ser convidados pelo próprio Senhor, como primícias dos 
(Pág. 210)

Santos. Foram os primeiros, dentre os mortais, a receberem a revelação do eter­no Verbo humanado, e a lhe darem louvor, obséquio e adoração.
Foi-lhes enviado o arcanjo São Gabriel (Lc 2, 9) que lhes apareceu em forma humana, visível, com grande resplendor de puríssima luz.
Cântico dos anjos
494.       Repentinamente, viram-se os pastores rodeados de celestial resplendor,
e pouco habituados a tais revelações, en­cheram-se de grande medo com a visão

do anjo.
Animou-os o santo Príncipe: Não tenhais medo (Lc 10, U -12), bons ho­mens. Anuncio-vos uma grande alegria: Hoje nasceu para vós o Salvador, Cristo Senhor, na cidade de Davi. Por sinal desta verdade, achareis o menino envolto em panos num presépio.
A estas palavras do Anjo, sobre­veio de improviso grande multidão da ce­lestial milícia (Lc 13, 14) que, com doce e harmoniosa voz, louvaram ao Altíssimo, cantando: Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens de boa vontade. E, repetindo este divino cântico tão novo no mundo, foram desaparecendo os santos anjos.
Tudo isto sucedeu na quarta vigília da noite. Com esta visão angélica, ficaram os humildes e ditosos pastores cheios de luz divina, abrasados de fervor, e ansiosos pela felicidade de ver, pelos olhos, o mis­tério altíssimo que já haviam percebido pelo ouvido.
Os pastores no presépio
495.       Aos olhos humanos, os sinais dados pelo santo Anjo, não pareciam mui­to de acordo com a grandeza do recém-nascido. Estar num presépio, envolto em humildes e pobre panos, não seriam indí­cios para conhecera majestade real, se não a contemplassem na divina luz com a qual foram iluminados e instruídos. Por es­tarem despidos da arrogância da sabedo­ria mundana, puderam rapidamente ser instruídos na divina.
Discutindo entre si o que cada qual pensava da surpreendente notícia, resol­veram ir, sem tardar, a Belém para ver o prodígio que o Senhor lhes havia par­ticipado.
Partiram logo, sem demora, e en­trando na choupana, encontraram, como diz o evangelista São Lucas (2,16), Maria, José e o Menino reclinado no presépio. Vendo tudo isso, conheceram a verdade do que lhes haviam dito sobre o Menino (Lc 2,19). A esta experiência visual, se­guiu-se uma iluminação interior, porque quando os pastores pousaram os olhos no Verbo Humanado, o divino Menino, com o rosto resplandecente, também os olhou. Seus raios luminosos feriram o coração simples daqueles pobres e felizes homens, e a graça divina os renovou em novo ser de graça e santidade. Foram elevados, cheios de ciência divina sobre os mistérios altíssimos da Encarnação e Redenção do gênero humano.
Adoração dos pastores
496. Prostraram-se por terra e ado­raram ao Verbo humanado, não já como homens rústicos e ignorantes, mas como sábios e prudentes.
Louvaram-no, confessaram-no e o exaltaram por verdadeiro Deus e homem, Reparador e Redentor da linhagem hu­mana.
A divina Mãe do Deus Infante es­tava atenta a quanto diziam e faziam os pastores, quer interior, quer exteriormen­te, pois penetrava o íntimo de seus co­rações. Com altíssima sabedoria e prudência, guardava todas estas coisas em seu peito, conferindo-as com os mistérios que nele guardava e com as santas Escri­turas e profecias.
Sendo Ela, nessa ocasião, órgão do Espírito Santo e língua do Infante, falou aos pastores, os instruiu e exortou à perseverança no amor divino e serviço do Altíssimo. A seu modo, eles também lhefizeram perguntas e disseram muitas coi­sas dos mistérios que haviam conhecido.
Ficaram na gruta desde o momento que amanheceu até depois de meio-dia. Deu-lhes de comer, nossa grande Rainha e os despediu cheios de graça e consolação celestial.
Os pastores publicam o nascimento de Cristo
497.      Nos dias em que Maria san­tíssima, o Menino e São José permanece­ram na gruta, estes pastores voltaram
algumas vezes a visitá-los, trazendo-lhes alguns presentes, conforme lhes permitia a sua pobreza.
Diz o evangelista São Lucas (2, 18) que aqueles que ouviram os pastores narrar o que tinha visto,se admiraram. Isto aconteceu só depois que a Rainha, o Me­nino e São José, deixaram Belém. Assim o dispôs a divina Sabedoria, impedindo os pastores de o publicarem antes.
Nem todos os que os ouviram lhes deram crédito. Tomaram-nos por gente rústica e ignorante, quando, pelo contrá­rio, foram santos e cheios de ciência divi­na até a morte.
Herodes foi um dos que acredita­ram, não por fé ou piedade santa, mas pelo péssimo temor mundano de perder o rei­no. Entre os meninos que ele mandou ma­tar, alguns eram filhos destes santos homens que mereceram também essa grande felicidade, e os ofereceram com alegria ao martírio que desejavam sofrer pelo Senhor que já conheciam.
DOUTRINA DA RAINHA DO CÉU MARIA SANTÍSSIMA
Esquecimento dos mistérios da redenção
498.     Tão repreensível quão freqüente é o esquecimento e pouca advertência dos mortais pelas obras de seu Redentor, tendo elas sido tão misteriosas, cheias  de  amor,   misericórdia  e  ensinamentos para eles. Tu foste chamada e
distinguida com ciência e luz para não incorrer nesta perigosa ignorância e grosse­ria.   Quero que nos mistérios que escreveste agora, atendas e ponderes o ar dente amor de meu Filho santíssimo em comunicar-se aos homens, logo que nas­ céu no mundo, para sem demora fazê-los participantes do fruto e da alegria de sua vinda. Não reconhecem os homens esta dívida, porque são poucos os que compreendem quanto devem a tão sin­gulares benefícios, assim como foi pequeno o número dos que viram o Verbo humanado ao nascer e lhe agradeceram a vinda. Ignoram, porém, a causa de sua in­feliz cegueira que não procedeu, nem pro­cede do Senhor e de seu amor, mas sim dos pecados e más disposição dos homens. Se este mau estado não desmerecesse e não servisse de impedimento, a todos ou a muitos seria concedida a mes­ma luz que foi dada aos justos, aos pastores e aos Reis. Tendo sido tão poucos, entenderás quão infeliz era o estado do mundo quando o Verbo nele nasceu, e o desditoso de agora. Apesar de possuir maior conhecimento, tem tão pouca lembrança para a devida correspondência.
Falta de fervor na Igreja
499. Reflete, agora, na indisposi­ção dos mortais atualmente, quando a luz do Evangelho se encontra tão clara e confirmada com as maravilhas que Deus tem operado em sua Igreja. Apesar de tudo isso, são tão poucos os perfeitos que se querem dispor para maior participação dos frutos da Redenção. E, não obstante, ser tão vasto o número dos néscios (Ecle 1,15) e tão desmedidos os vícios, pensam alguns que são muitos os perfeitos, só por não os ver tão atrevidos contra Deus. Não são tantos como se pensa, e muito menos do que deveriam ser, quando Deus é tão ofendido pelos infiéis, e tão desejoso decomunicar os tesouros de sua graça à santa Igreja, pelos méritos de seu Unigênito fei­to Homem. Adverte, pois, caríssima, a que te obriga a noticia tão clara que recebes destas verdades.
Vive atenta, cuidadosa e solícita para corresponder a quem tanto te benefi­cia. Não percas oportunidade, lugar e oca­sião de praticar o mais santo e perfeito que conheceres, pois com menos não cumprirás tua obrigação. Vê que te admoesto, mando e constranjo a não receberes em vão (2Cor 6, 1) favor tão singular. Não guardes ociosa a graça a luz, mas age com plenitude de perfeição e agradecimento.
(Pág. 211)
Corpo Incorrupto de Santa Maria de Ágreda - mística que recebeu a revelação da vida de Nossa Senhora na obra dos livros do Mística Cidade de Deus.


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